A ascensão do modelo Zero Trust na segurança cibernética

NOTÍCIASTENDÊNCIASATUALIZAÇÕES

Ricardo Gonçalves

4/15/20253 min read

No cenário atual de segurança cibernética, o modelo Zero Trust tem ganhado destaque como uma abordagem eficaz para proteger ativos digitais. Este modelo parte do princípio de que nenhuma entidade, seja interna ou externa à organização, deve ser automaticamente confiável. Em vez disso, cada acesso é rigorosamente verificado, independentemente da origem. Essa filosofia é especialmente relevante diante do aumento do trabalho remoto, da adoção de serviços em nuvem e da crescente sofisticação dos ataques cibernéticos.​

O que é o modelo Zero Trust?

Zero Trust, ou "confiança zero", é uma estratégia de segurança que elimina a confiança implícita em qualquer usuário ou dispositivo. Segundo a Zscaler, nenhuma entidade deve ser considerada confiável por padrão, e a confiança é estabelecida com base no contexto e na postura de segurança da entidade, sendo reavaliada continuamente para cada nova conexão, mesmo que a entidade tenha sido autenticada anteriormente.

A TIVIT destaca que o modelo Zero Trust redefine os princípios tradicionais de confiança em redes corporativas, sendo uma abordagem que busca mitigar os riscos ao não conceder automaticamente o acesso a todos os recursos, mesmo estando dentro da rede corporativa.

Por que o Zero Trust surgiu?

A evolução dos ambientes de TI, marcada pela mobilidade, uso de dispositivos pessoais para fins corporativos (BYOD), e a adoção de soluções em nuvem, tornou obsoleto o modelo de segurança baseado em perímetro. A Claranet aponta que o Zero Trust reconhece que ameaças podem vir de dentro ou de fora da organização e, por isso, exige verificação e autenticação constantes de todos os usuários, dispositivos e aplicações.

Pilares do Zero Trust
  1. Verificação Contínua de Identidade: Cada acesso requer autenticação rigorosa, utilizando métodos como autenticação multifator (MFA) e biometria.​

  2. Princípio do Menor Privilégio: Usuários e sistemas têm acesso apenas ao que é necessário para suas funções, minimizando os riscos em caso de comprometimento.​

  3. Segmentação da Rede: A infraestrutura é dividida em zonas menores, limitando a movimentação lateral de ameaças dentro da rede.​

  4. Monitoramento Contínuo: Acesso e atividades são constantemente monitorados para detectar e responder a comportamentos suspeitos em tempo real.​

Implementação do Zero Trust

A adoção do modelo Zero Trust envolve:​

  • Mapeamento de Ativos e Fluxos de Dados: Identificar todos os dispositivos, sistemas e dados na rede.​

  • Definição de Políticas de Acesso Baseadas em Identidade: Estabelecer regras claras sobre quem pode acessar o quê, quando e de onde.​

  • Implementação de Autenticação Multifator (MFA): Adicionar camadas de segurança além de senhas tradicionais.​

  • Segmentação da Rede: Dividir a rede em segmentos para conter possíveis invasões.​

  • Monitoramento e Resposta em Tempo Real: Utilizar ferramentas que permitam a detecção e resposta imediata a incidentes de segurança.​

Desafios na Adoção do Zero Trust

A implementação do Zero Trust pode enfrentar obstáculos como:​

  • Custo Inicial de Implementação: Investimentos em novas tecnologias e treinamento.​

  • Cultura Organizacional Resistente: Mudança de mentalidade e processos estabelecidos.​

  • Integração com Sistemas Legados: Compatibilidade com infraestruturas existentes.​

Conclusão

O modelo Zero Trust representa uma mudança significativa na abordagem da segurança cibernética, adaptando-se às necessidades modernas de proteção de dados e sistemas. Ao eliminar a confiança implícita e adotar uma postura de verificação contínua, as organizações podem fortalecer suas defesas contra ameaças cada vez mais sofisticadas.​

Referências